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domingo, 3 de dezembro de 2017

A Respeito das Últimas Polêmicas envolvendo Kléber Lucas


Particularmente sempre achei Kléber Lucas um excelente compositor, músico e cantor. As canções dele sempre me foram um marco. Paralelamente nunca o vi como um modelo e ícone do que quer que seja. Contraditório? Aparentemente sim. Mas na verdade não. Singles como Purifica-me, Aos pés da cruz, Deus cuida de Mim, Deus Forte, Jeová é o Teu Cavaleiro, Vou Deixar na Cruz, A cruz Vazia, são apenas alguns dentre os muitos exemplos de canções do repertório do referido cantor que comprovam a qualidade do mesmo. Mas como em tudo na vida existe aquele mas, aquela conjunção conjuntiva adversativa.

No tocante a Kleber Lucas as conjunções dão-se a partir do extremado amor que seu público tinha para com ele. Um amor que chegava às raias da adoração, o que para mim, nunca foi um problema. Mas amores extremados possuem em si um aspecto bem venenoso. No início é doce aos lábios, mas em algum momento chegarão a ter sabor de absinto. É isto que o cantor em apreço está experimentando no exato momento.

Por estes dias o referido músico foi a um terreiro de Candomblé e fez uma participação cantando uma música secular, por nome Maria, Maria. Pronto: candomblé e Maria, Maria, foi a mistura necessária para que as pessoas passassem do amor ao ódio deliberado. Minha percepção inicial é a de que por maiores que sejam os defeitos e incoerências do referido cantor, fazer uma atitude reparatória à depredação de um terreiro de candomblé não está entre elas.

Ainda mais quando se considera o contexto (um terreiro que foi depredado pela ação de traficantes "supostamente evangélicos" - que por sua vez não são distinguidos pelo público em geral dos verdadeiros evangélicos), e o estranho silêncio da comunidade evangélica em relação ao ocorrido. Aqui preciso observar que não me importa se os frequentadores são hostis, e quem começou esta guerra imbecil, ou se eles não querem o real diálogo, ou o Evangelho. Fato é que não posso coadunar com um crime, nenhum evangélico pode. O ensino do Evangelho é dar a outra face. 

Daí que veja a atitude do cantor como louvável. Mas onde está o centro nervoso da questão, no comportamento de Kleber Lucas, nos seus três casamentos? Creio que não. Embora o cantor tenha vindo à público expor estes elementos como suposta causa, e embora tenha lido na página social de um amigo que as reações contrárias tenham partido de pessoas que o invejam, tenho uma outra perspectiva. 

A visão limítrofe de pecado do povo evangélico é a raiz. Ouvir música do mundo é pecado, ser católico, umbandista, quimbandista, e candomblecista é pecado. Estranhamente desejar o mal dos outros, e até mesmo se alegar com a destruição de um concorrente não é pecado, ou pelo menos não é visto, ou percebido como tal. 

Na mesma proporção que o Fariseu da parábola do Fariseu e do Publicano, aprendemos a eleger determinados pecados, e nos esquecemos de outros, tais como os,listados aqui. Outro problema são os demônios que a ignorância cria. Não faltou quem dissesse que a atitude em tela neste post fosse um ato ecumênico, como se o ecumenismo fosse um tipo de sincretismo a ser evitado a todo que qualquer custo, quando na verdade não o é. 

Ecumenismo é o esforço decorrente de diálogo que resulta no somatório de forças das pessoas das mais variadas confissões, com vistas à diaconia. A verdade é que nada impede que no campo sócio político, um religioso de qualquer outra confissão tenha uma percepção similar à minha. E aí, deixo de lado a ação por conta da confissão religiosa? Minha resposta é não. Mas este é um assunto que merece outro post. 


Abraços, Marcelo Medeiros. 

3 comentários:

  1. Muito bom - concordo plenamente, o 'evangelho' atual tem sido farisaico e não Cristocêntrico, talvez por falta de conhecimento da Palavra de Deus, mas os motivos não importam, apenas as consequências da falta de conhecimento da Palavra pelo 'povo de Deus'!

    Parabéns pelo blog, pastor Medeiros. Que Deus continue abençoando sua vida.

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  2. Devo entender que o senhor apoiou a atitude do Kleber?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Kilmer, este juízo deixo para Deus. Meu post propõem reflexão e só. Uma coisa é fato: condenar, jamais.

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