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terça-feira, 17 de março de 2015

Será a falsa moralidade a causa da corrupção no Brasil?



A imagem acima possui uma mensagem clara, e até certo ponto bastante coerente. Me proponho a discutir a mesma em razão do caráter ambíguo do recado que a mesma passa, e da ligação desta com os últimos fatos. O momento é de ebulição política e ideológica, que pode se comparar com o fenômeno da Babel bíblica. Ninguém se entende e isto, em questões básicas. Daí a necessidade de que teólogos, filósofos e historiadores reflitam sobre o momento e tragam algum tipo de contribuição, que produza maior esclarecimento e orientação para o público que está indo às ruas. 

Em primeiro lugar é verdadeiro que os hábitos acima descritos indicam no mínimo uma distorção ética e social, mas mentira que possam ser comparados com a corrupção política. Na verdade fica difícil dizer se a corrupção política deriva de tais ações, ou se estas são inspiradas no exemplo que vem do governo, dos parlamentares e tantas autoridades investidas pelo poder público com fins de cuidar do que é público, mas que usam do cargo para cuidarem da causa pessoal. 

Segundo, ao que parece o autor que propões esta mensagem acredita que mudanças lentas, por parte do povo, resultarão em mudanças políticas. Embora reconheça que em algum grau a corrupção social está atrelada à política, não estou nada nada disposta admitir o contrário (que boas ações populares irão gerar bons políticos). Isto porque a sociedade é heterogênea, e quem ascende aos cargos políticos não são pessoas do povo, mas famosos jogadores de futebol (que há muito deixaram de ser povão), humoristas, apresentadores de programas de TV, artistas, cantores do mundo gospel, pastores há muito afastados de seu propósito e missão, e gente oriunda do latifúndio como é o caso da família Magalhães, Collor e dos Sarneys da vida. 

Um terceiro problema a ser colocado é o inconteste fato de que o perfil da classe política brasileira é de gente que, ou foi criada para pensar assim, ou em algum ponto de sua trajetória aprendeu a se ver como alguém que pode tudo. O poder é o maior corruptor. Alias este é o único ponto que vejo em comum entre os políticos e a sociedade. Pratica a corrupção quem tem algum tipo de poder, seja o financeiro (para subornar o guarda), seja o do conhecimento para obter aquele atestado daquele médico. Mas as possibilidades do poder político são exponencialmente mais corruptoras do que o que se descreve na imagem acima. 

(A esta altura o leitor já deve de ter percebido que não sou do politicamente correto. filosoficamente prefiro Hobbes à Rousseau. Teologicamente tenho predileção por Agostinho de Hipona, Lutero, Calvino e Edwards à Pelágio, Erasmo, Finney, e outros que desprezam a depravação total. Sim, creio que somente a graça de Deus promove ao homem escape da corrupção inerente à natureza do mesmo). 

Por último deficiências de caráter não podem ser usadas como meio de combate aos protestos que tem ocorrido em nosso solo. O povo brasileiro é tão pecador quanto o americano, o sueco, e será que por este motivo que brasileiros precisam e devem aturar os políticos que possuem? Creio que não! Ou será que o Brasil tem de adotar o ufanismo americano, ou a frieza européia para que se tenha aqui o mesmo nível de vida e dignidade que por lá se veem? 

Conforme implícito nas linhas acima, a causa da corrupção é o poder dado a certos homens, que como os demais possuem uma natureza pecaminosa, corrompida. A diferença entre aqui e as demais partes do mundo é que em decorrência da graça comum (que também se manifesta aqui e é perceptível na solidariedade diante de tragédias, por exemplo, no acolhimento às mais diversas pessoas), mecanismos de combate à corrupção são criados e respeitados. 

Diante do exposto nas linhas supra, de forma alguma posso acreditar que cumprir com as exigências do cartaz promoverá uma reforma política. Se isto fosse possível o farisaísmo teria promovido uma verdadeira revolução nos dias de Jesus, mas foi necessária o desenvolvimento de padrões do Reino, que somente podem ser cumpridos mediante a ação do Espírito de Deus. 

Aqui dirijo a minha fala aos crentes que atenderam á convocação de Silas Malafaia de demais lideranças religiosas. É preciso sabedoria e tato para sinalizar à atual sociedade que cristãos genuínos não pretendem de forma alguma construir e instituir uma teocracia neste país. Mas tão somente influenciar positivamente a sociedade. Que esta influência se dá por meio da ação como sal e como luz neste mundo. 

Mas do que enquadramento ético cristãos precisam serem vistos por suas boas obras e influência. Humildade, quebrantamento, mansidão (capacidade de suportar crítica), desejo espiritual, misericórdia, espírito pacífico, pureza de coração e paciência são as marcas dos que de fato influenciam o mundo. Na minha perspectiva somente a graça pode produzir tal caráter no homem e na mulher. E somente os que possuem todas estas marcas de fato influenciar à longo prazo a sociedade. 

Marcelo Medeiros. 

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