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quarta-feira, 11 de março de 2015

A polêmica em torno dos Gladiadores do Altar



Uma polêmica que ferveu nas redes sociais foi a criada por conta da criação de um grupo ligado à IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), o já famoso e polêmico Gladiadores do altar. Desde já cumpre observar que esta denominação sempre usou das famosas representações teatrais em sua liturgia. É isto que se vê nas campanhas dos trezentos de Gideão, dos setenta, nas fogueiras santas, então nada demais em criar os Gladiadores do altar. 

O grande problema é que os laicistas de plantão estão dispostos a tudo para a promoção de uma sociedade secularizada. Até aí nada demais, não fosse o referido processo frequentemente confundido a extinção da religião, ou a retirada desta para uma esfera privada. C. S. Lewis observou muito bem este fenômeno quando apontou que os que dizem que o fenômeno religioso é algo de foro íntimo, são os mesmos que cuidam para que o homem nunca esteja só. 

As redes sociais provaram o indivíduo do foro íntimo. No afã de estar sempre conectado, se comunicando, resta pouco ou nenhum tempo para aquela disciplina desenvolvida pelos monasticistas medievais, ou mesmo para comunhão nos moldes protestantes, cujo ápice se vê nos escritos de Banhoeffer. em outras palavras a religiosidade cristã tem se tornado inviável dada à agitação dos dias atuais que roubam do crente o tempo necessário à solidão, ao silêncio, à oração, leitura, meditação nas Escrituras e contemplação. 

Lentamente se estabelece no seio cristão a ideia errônea de que a religião é intrinsecamente má, quando na realidade as menções que a Bíblia faz da mesma são positivas, tanto que em Tiago mesmo a prática de visitar os órfãos e as viúvas em suas necessidades é definida como religião, o mesmo se pode dizer de quem refreia a sua língua. 

Não faltam nas redes sociais quem associe os Gladiadores do Altar com o filme "A Onda". Neste longa se vê a história de um professor que para ensinar aos seus alunos o regime autocrático, resolve viver a experiência de uma ditadura na classe. O Fenômeno vai para além das salas de aula e ganha as ruas. Resultado? Os jovens que fazem parte do movimento, diga-se de passagem totalmente dissociado de religião, agridem aos que não fazem parte do movimento. 

Mesmo sendo Evangélico, escrevo tais palavras com todo liberdade, porque sei que este perigo não é restrito á religião. C. S. Lewis avisa que a amizade criada em torno de causas comuns pode fomentar o pior tipo de orgulho e consequentemente aquele sentimento de que quem não pensa como pensamos não é tão digno como somos. Mas isto se vê também na política, nas causas inclusivas, religião e tudo mais. 

O corolário da suspeita em torno dos Gladiadores do Altar são as mais que conhecidas ambições políticas do grande chefe desta dita Igreja com pretensões de universalidade quase que católicas e cada vez mais distanciada da proposta de Reino de Deus exposta na Bíblia. Na verdade a IURD tem assimilado aquilo que ela pretende combater, misticismo, espiritismo, ocultismo, e sido cada vez menos aquilo que afirma ser. 

Face ao exposto, não sei o que pensar. Tenho diante de mim duas vertentes. A mais óbvia é a de que a despeito da imagem acima, a IURD  na verdade depende das seitas afro para afirmar e firmar a sua identidade como religião que combate os exús, e demais demônios, e que na ausência destas ela ficaria sem ter algo a se opor e vazia em sua identidade, embora a guerra com IMPD prometa. a segunda é a de que seja um meio de trazer militância jovem visando a renovação. 

Evangélicos e demais cristãos históricos precisam estar com o discernimento em alta, e isto com os olhos postos nos laicistas histéricos de plantão, e nas ambições de gente que une religião à política. Ambos precisam ser vistos com suspeita. Não há nada de mais desonesto do que a comparação do grupo com o Estado Islâmico (EI), até porque nada isenta os secularistas de jogarem cristãos do alto de uma ponte, ou decapitarem os mesmo como os terroristas do EI fazem. eu disse nada mesmo, e caso não percebam isto, tal se deve à crença ingênua de que não são capazes de serem intolerantes com quem pensa diferente. 

Marcelo Medeiros. 

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