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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O Duro preço de ser crente.....



Tenho refletido e muito nestes dias. Uma das conclusões a que cheguei, é a respeito da beleza paradoxal do Evangelho. Considere, por exemplo, o assunto salvação. A Bíblia diz que somos salvos pela graça e reforça a ideia com a mensagem de que nada poderíamos fazer para sermos remidos de nossa vã maneira de pensar. Mas como observou muito bem Norman L. Geisler, a salvação é pela graça, mas pode custar a própria vida. Isto fica evidenciado nas parábolas de Cristo a respeito da renúncia cristã. Tanto o que encontra a pérola, quando o que descobre um campo com um grande tesouro escondido precisam vender tudo o que possuem (Mt 13. 44, 45). No mesmo texto em que ele (Jesus) recomenda aos seus discípulos a darem, de graça, o que de graça receberam, ele os adverte de que serão odiados pelos seus familiares, por causa do nome dele, e que deveriam andar no mundo tal como ovelhas em meio aos lobos (Mt 10 16ss). É neste sentido que Jesus traz fogo e espada á terra, pois quem quisesse seguir a Cristo deveria estar disposto a ser odiado pelos seus. Eu prometo ao leitor que voltarei a este assunto neste espaço. Mas peço a permissão para despertar a atenção para um outro fator.
As verdades acima descritas descrevem a realidade de ser crente nos dias de Cristo e dos apóstolos. Nos dias atuais além do que descrevemos acima teríamos de colocar outros fatores. Ser cristão, seguidor de Cristo, imitador do mestre nos dias atuais é estar preparado para a cruz, pior para a agonia do Getsêmani. Foi o momento em que Cristo se sentiu sozinho em oração, e pior, não teve sequer o apoio dos homens que horas antes buscou consolar e confortar (segundo as palavras de João). Na verdade, nem entre os nossos encontramos apoio. E por quê? Em razão da mercantilização do Evangelho.
Na medida em a concepção orgânica de Igreja foi cedendo lugar á noção institucional (isto é um fenômeno histórico não se espante), e a mensagem evangélica da renúncia foi abandonada em prol de pregações confortantes, com ênfase no aspecto humano, no crescimento financeiro das pessoas, os paradigmas mudaram. Ser próspero não é apenas um desejo das pessoas, mas uma obrigação. Aqui se faz necessário que eu manifeste QUE NAO TENHO NADA CONTRA A FRUIÇÃO DE BENS DE CONSUMO, DESDE QUE A MESMA SEJA BENÇÃO PARA OUTROS (aqui). A vida é curta e o conselho do pregador é que cada um busque desfrutar da mesma de forma sábia possível. Mas uma cultura hipócrita tem se instalado no social, e temo que a mesma se instale no ambiente cristão. Trata-se na necessidade de se fazer representar para os outros.
Pascal falava que não nos contentamos com aquilo que somos em nós mesmos, mas que procuramos sempre nos projetar na mente das pessoas. E isto, ao ponto de, em termos uma qualidade qualquer desejamos que os demais o saibam. Não se trata de uma especificidade minha, ou sua, mas de uma esquema compensatório, afinal, todos somos miseráveis, e procuramos compensar com inteligência, estudo, dinheiro, boa forma, coisas que em si não são erradas, mas que se tornam ídolos na medida em que passam a ocupar o centro de nossa vida.
Aqui ficamos diante de duas opções: pagar o preço pela manutenção das aparências, ou pagar o preço discipulado, por ser semelhante a Cristo. É caro desfilar com roupas novas, com o carro do último tipo, bancar a aparência de piedade, de liberalidade, de ética e de religiosidade. É igualmente dispendioso ser cristão, sentir que está remando contra a maré, em uma canoa furada, ser solitário (não por algumas horas como Cristo foi, mas ás vezes por uma vida). A diferença entre uma forma e outra, é o retorno. No primeiro caso ganha-se o mundo e perde-se a vida. No segundo, perde-se a vida, para ganhar a verdadeira vida.
 
Marcelo Medeiros, em Cristo.

Um comentário:

  1. Pastor Marcelo Medeiros,

    Paz do Senhor, que Deus continue te usando,

    Em Cristo,
    André M. Santos.

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