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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Escatologia do terror, de João a Nostradamus


Desde criança ouço as mais variadas teses apocalípticas a respeito da identidade da besta e do anticristo, e de como serão os últimos dias da Igreja de Cristo na terra. Me habituei desde cedo a ouvir contas com o nome do Papa João Paulo II, e de como as somas das letras em algarismo romano resultavam no número da Besta. No ápice desta febre apocalíptica, que na época era embalada pelo ambiente da guerra fria, cheguei a sonhar com a lua de transformando em sangue, o sol escurecendo, enfim todo aquele quadro descrito no Apocalipse na  abertura dos selos. Foi quando entrei em contato com a teologia pré tribulacionista. Esta trazia como consolo a idéia de que no momento em que os fatos me faziam ter pesadelos ocorressem a Igreja não estaria mais na terra. Mas o desconforto e o terror permaneciam. A diferença estava no fato de que enquanto a terra e os seus moradores se danavam, nós, os crentes, os fiéis estaríamos no bem bom, lá no céu.

Aí, eu cresci, Jesus me batizou com o Espírito Santo e com fogo, aos doze anos de idade. E o fogo do batismo me deu uma baita sede de água, água da Palavra, e não era qualquer logia, mas unicamente a PALAVRA DE DEUS. Resultado acabei conhecendo um pouco mais a Bíblia. Naquela época não tínhamos o facebook, o orkut e outras redes sociais para nos entreter e levei o Sl 1. 2 á sério. Resultado, acabei conhecendo um pouco mais do que a Bíblia realmente diz, e aprendendo a discernir entre o que é dito nas Escrituras e o que os homens  e Teologia dizem. Parafraseando Paulo, cresci e deixei as coisas de menino. Dali para a frente tomei um verdadeiro asco desta Teologia pré tribulacionista, dispensacionalista, especultiva, herética e antibíblica.

Vi Hitler, Sadam Husseim, João Paulo II e após a morte dele, até o príncipe Willian se transformarem em candidatos a Anti Cristo. O Iraque, país sempre explorado pelos Estados Unidos da América, se tornaram em potenciais Babilônias. Mas já era adulto e não acreditava mais na cuca, já tinha aprendido a lição. Qual? Aprendi que a Bíblia nem de longe insinua que o Papa, ou a Igreja romana sejam a besta, ou o Anticristo. Que toda esta tentativa de saber o futuro e os tempos que Pai reservou para si condenda por Cristo, mas permeia esta escatologia contemporânea, feita por teólogos que insistem que podem tratar a Bíblia como se fosse um livro de horóscopo encontrado em uma banca de jornal.

Fica aqui uma palavra de alerta. A última é uma tentativa de associar a renúncia do Papa Bento XVI com as profecias do Apocalipse, particularmente os capítulos treze e dezessete. Mas a Bíblia de forma alguma deve ser lida com esta perspectiva futurista. Tomemos mais à sério as palavras de Cristo, quando indagado por seus discípulos a respeito do tempo em que se daria a restauração do reino de Israel. Diante de tal indagação veio a resposta: Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade (At 1. 7 NVI).
Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros

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